
Sobre o Sharpei
Rugas de expressão |
Quanto ao sangue, não sabemos, apenas que pode descender do Chow Chow, outra raça chinesa, ou resultar do cruzamento de mastins com raças nórdicas. Mas quanto à língua, não há dúvidas, é azul. As rugas, bom, essas, diminuem com o passar dos anos. Saiba qual o segredo.
O cão dos cartazes ![]() À conta dos anúncios publicitários a empresas de engomadoria, já viu este chinesinho por aí em cartazes, numa alusão clara às rugas da sua pele. Parte delas atenuam- se com a idade, como se, à nascença, viesse provido de todo o enxoval/pele de que necessitará até chegar ao seu tamanho adulto, compreendido entre os 40 e os 51 centímetros. Na verdade, esta raça tem potencial para ser bem maior, como os seus antepassados, cães de porte grande retratados em obras de arte da Dinastia Han, que data de duzentos anos antes de Cristo. Terá surgido no Norte da China, Tibete incluído. Seria então, um portentoso caçador de javalis e orgulhoso guardador de rebanhos. Era ainda utilizado em combates, desde sempre populares no oriente, onde tinha fama de campeão, já que a pele em excesso impedia que fosse abocanhado de forma fatal. Daí que também seja conhecido como Cão Chinês de Combate. No Shar Pei tudo sobra: o bom feitio, a paciência, o companheirismo e a pele
O princípio do fim A vida foi madrasta para esta raça, em mais de uma maneira, com particular crueldade na era moderna. Em meados do séc. XX, quase conheceu a extinção, com consequências claras e dramáticas no próprio tipo físico da raça. Com a Revolução Comunista iniciava-se um período negro, no qual a posse de cães estava proibida, excepção feita aos cães de camponeses com comprovadas funções utilitárias, como era a caça, o que exigia prova feita. Se fosse apenas um mero luxo, as multas eram exorbitantes e insustentáveis por parte de uma população financeiramente debilitada. Mao Tse Tung decreta a execução dos restantes animais encontrados. Era o princípio do fim. Os poucos que sobreviviam, eram subnutridos e a raça diminui drasticamente de porte. Outros acabavam como refeição do povo não menos esfomeado. As rugas atenuam-se com a idade
O primeiro dia do resto das suas vidas Tudo mudou quando um grupo de admiradores norte-americanos, encantados com aquela que é tida como a mais estranha raça de cães do mundo, salva alguns exemplares, os quais leva para os Estados Unidos da América. É aí, do outro lado do mundo, que a raça vinga. ![]() A raça quase conheceu a extinção. Valeu-lhe um grupo de admiradores norte-americanos
Só então, se revela a sua verdadeira faceta, que surpreende pelo companheirismo, bom feitio, pela tranquilidade, paciência para com as crianças, fidelidade ao dono e capacidade de integração no núcleo familiar, inserindo-se, hoje, no grupo dos cães de companhia. Provavelmente eram já traços da raça renegada, ou, então, podemos acreditar que foi a sua forma de agradecer uma segunda oportunidade. Às pregas Se nos humanos, as rugas não são bem-vindas, nesta raça, as pregas são o seu traço mais distintivo, ganhando maior expressão devido às cores uniformes do pêlo. Sob elas encontra-se um corpo sólido e forte, mas igualmente ágil, que pode chegar aos 25 quilos. O pêlo é curto e relativamente macio, cuja cor varia entre o ruivo, fulvo, preto e creme. É uma das mais estranhas raças de cães do mundo
O seu ar patusco é reforçado pelo pescoço curto, possante e muito pregueado, pelo nariz largo e pelos seus olhos escuros, muitas vezes ocultos debaixo das rugas. Estas podem esconder outras coisas, como odores ou parasitas, pelo que convém vigiá-lo e lavá-lo regularmente. Dizem que tem coração de ouro, mas este simpático com temperamento introvertido pode perder a paciência na presença de outros cães. Posto isto, cabe-lhe a si descobrir o resto, sabendo que ele tem tantos encantos quanto rugas. ![]() |
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